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Sou eu e só eu

Tuesday, November 17, 2009

As flores do meu horto


Dália

Zineas Crisantêmos
Flores de palha


Olá minha caderneta, não sei que te diga, mas tenho que te pedir desculpas, abandonei-te, há tanto tempo que não conversamos, tenho estado tão ausente e tão distante de ti, pensavas que que eu não voltava...... olha estou de volta, mas com pouca vontade de te contar coisas. bom, vou-te dizer uma coisita. Sabes ando a pensar fazer um hortinho, sabes porquê ?? Porque a nostalgia visitou-me, .... tenho saudades do meu horto de quando eu era pequenina... era um horto tão bonito, tenho tanta pena de não ter uma foto para tu o coheceres, há muito tempo que não é um horto, de horto passou a armazém. Era nosso vizinho, era só descer as escadas de casa... essas escadas estavam cheiinhas de vasos de flores, Hortências, Sardinheiras, uns catos, um trevo, um vaso de manjericos, havias outras flores que agora não me lembro do nome.... olha depois digo ....

Agora vou-te falar daquele que foi o meu horto.......
Todas as primaveras se vestia de novo, havia que semear as alfaces e plantar a couve galega, bem como semear o cebolo para depois plantar, este ficava ao lado dos dois sulcos de alhos, que pelo Natal já tinham o tamanho de um bico de pardal, ficava também ao lado das ervilhas. Não havia o hábito de semear favas, o meu pai não gostava de favas. Vou abrir um parentises para te contar uma coisa.. ( como em minha casa não se comiam favas, eu gostava muito do caldinhos de favas e, tinha uma vizinha - a Srª Hermínia, que quando fazia o caldo de favas me chamava a casa dela a comer uma malga desse maravilhoso caldo, sabia tão bem, ainda hoje as papilas gostativas salivam, quando me lembro desse caldo).....Por vezes a minha mãe ralhava, não gostava que fosse a casa da vizinha comer o caldo, mas havia uma cumplicidade entre mim e a Srª Herminia, não diziamos a ninguém, quando ela me chamava a comer o caldo de favas :)

O que tinha mais o meu horto, já te digo, havia muitas flores, pois a minha mãe era devota de S. Sebastião, e como tal, era mordoma do altar, então lá estavam as flores, ainda sinto o cheiro delas......das zineas, das dálias, das flores de palha e dos crisantêmos que embelezavam as campas dos que já tinham partido. Também havias as rosas, mas essas tu, minha caderneta, conheces bem a história da minha roseira
Sabes porque havia tantas flores...... pois, quando eu era pequenina, na minha aldeia não havia florista, mas eu já gostava muito de flores, e por elas tinha e tenho um grande carinho, e sabes caderneta, nunca se compravam flores, eram sempre pedidos uns raminhos às vizinhas para plantar..... e o horto era também um jardim..... havia uma flores branquinhas que eram as marias e umas amarelas que eram os manueis......, eram tão bonitas.....
No inverno tinha outra roupagem, eram as naviças, os grelos e quando este floriam ficava vestido de amarelo..... tal como o bico dos meus melros que por lá se passeavam a debenicar os bicharocos que revolviam a terra do meu horto.....
Quem é que não tem saudades de um horto estimado como era aquele. Eu até me atrevo a dizer que o meu horto era vaidoso.
Esqueci-me de te dizer que, também havia a salsa, a cidreira, a hortelã, a salva , a malva, o rosmaninho, o lilás, enfim, o que não havia no meu horto......... mais uma cavadela e podia sempre, plantar-se mais qualque coisita.....











































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